A VAI! Coletivo compartilhou o processo e algumas histórias do projeto Histórias Não Contadas: Curso de Roteiro no Presídio Feminino de Joinville, na última
quarta-feira (03), às 19h no Auditório do Chico Lessa, sede do Centro de Direitos Humanos Maria da Graça Bráz. O público presente pode vivenciar um pouco do conteúdo e da metodologia do curso de roteiro, Juliano Lueders, professor trouxe o rolo de filme e jogos lúdicos para o público compreender como a linguagem do cinema desperta e estimula a criação de propostas de roteiros das alunas, ao ser lido pela atriz e coordenadora geral do projeto Samira Sinara.

O curso vem sendo desenvolvido desde fevereiro de 2024 e finalizará
agora, em julho. Samira realizou a leitura de exercícios técnicos artísticos do cinema criados e produzidos pelas alunas, onze equipes (29 mulheres) participantes do curso.

Ao final da roda de conversa houve alguns depoimentos potentes sobre a troca de ação de contrapartida do projeto, como Irma Kniess, 83 anos, diretora do Centro dos Direitos Humanos de Joinville (CDH) ressalta que a apresentação da professora Samira foi muito boa, principalmente para trabalhar com os jovens. Os trabalhos em conjunto com o professor Juliano são importantes para atividades com a comunidade LGBTQIA+. Houve uma boa explicação sobre o sistema carcerário, principalmente o presídio feminino falando sobre o trabalho desenvolvido com as mulheres presas sobre cultura, muitos aprendizados e conhecimento para quando saírem do sistema conseguirem mudar de vida. “Achei ótimo realizarem uma conversa com os estudantes, pois isto envolve os jovens e mostra o quanto impactou a visão deles”, reforça Irma.

A VAI! Coletivo agradece acolhida, parceria e o apoio do Conselho Carcerário de Joinville (CCJ) e do CDH Joinville por acreditar neste trabalho da arte, formação e pesquisa há mais de dez anos como ferramenta inclusiva nas prisões de Joinville. Também agradecemos a presença do público espontâneo na roda de conversa como professores, psicólogas, artistas e produtores locais da cidade.

Ainda parabenizamos o curso de Direito da Instituição Educacional Luterana (Ielusc) que trouxe o primeiro ano, através da professora Dra. Marja Mangili ao participarem com os alunos(as) (es) neste encontro dos artistas da cidade, pois ao acreditarem nestas ações formativas como espaço de troca, de conhecimento e reflexões sobre a arte em prisões, certamente teremos futuros profissionais mais sensíveis e críticos sobre as necessidades atuais do sistema penal, que é garantir o estado democrático de direito (1988). Ou seja, qualquer pessoa ter o acesso e a inclusão na sociedade, da arte e da cultura, em especial, às mulheres privadas de liberdade.

O projeto foi contemplado pelo Edital Lei Paulo Gustavo Municipal LPG
Joinville 2023 – executado com recursos do Governo Federal e Lei Paulo Gustavo de Emergência Cultural, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo (SECULT).

TEXTO: Samira Sinara
Assessoria de Comunicação: Nathiele Wougles